segunda-feira, 7 de outubro de 2013

NÃO, nada. Uma das demonstrações cabais de que Yôga não interfere com a religião é que ele não possui Dogmas e nem seguidores.

A palavra religião vem do latim religare, ou reunir, que tem o mesmo significado da palavra Yoga. No entanto, o Yoga não é um sistema de crenças, e sim um trabalho objetivo, sistemático, de caráter científico/experimental, que, por ativar a consciência nos níveis superiores de nosso ser, capacita-nos a vivenciar estados espirituais de modo direto e autêntico, independente de qualquer sistema interpretativo particular e mais do que todos os demais caminhos de auto-realização.

O primeiro grande significado do Yoga é o de ser uma via da espiritualidade que demanda determinação, aplicação e disciplina, e não, propriamente, o de ser mais uma forma de religião como a concebemos na atualidade.

Por isso, o Yoga não é proselitista, nem dogmático ou sectário. O Yoga tem discípulos, mas não seguidores, porque nele tudo é uma questão de experiência pessoal direta, onde a crença é dispensável. Confundir o Yoga com religião, e com o hinduísmo em particular, é desconhecer sua verdadeira natureza.

O Yoga não inclui a crença em nenhum poder sobrenatural, nem exige fé religiosa. Simplesmente expõe um caminho de auto-análise que pode praticar-se, prescindindo de qualquer teoria, crença antiga ou moderna por parte de quem o pratica. Um caminho que conduz o homem a compreender-se verdadeiramente a si próprio.

Afirma o Yoga que todas as divergências religiosas acontecem porque uma mesma verdade abstrata tem tomado formas concretas diferentes, dependendo da época e da cultura em que foram expressas. Enquanto nos deixarmos hipnotizar por essas formas, as religiões permanecerão como um fator de fanatismo e separatividade, quando seu objetivo maior deveria ser, e (pelo menos em seus livros sagrados) declaradamente é, a união de todos os homens pelo amor espiritual. Enquanto pensarmos que vida espiritual é manter uma crença, em lugar de experimentar e vivenciar estados supramentais, não haverá como dois praticantes de diferentes religiões entenderem que o Deus de uma é o mesmo Deus da outra.

Portanto, o Yoga se caracteriza como um caminho que pode ser trilhado indistintamente por todos, quer sejam religiosos ou ateus, e especialmente por aqueles que não se detiverem apenas nas diferenças entre suas várias escolas, mas que celebrarem as semelhanças entre todas elas.

Texto: Ivandro Martins – Tandava Yoga
Postado por: Yoguin Paulo Albuquerque
 

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